sexta-feira, 31 de outubro de 2008

- Intermissão - (Chamada de atençao!)



(Nota do editor: Publico este artigo a pedido da minha colega e amiga, Marta Cruz, que se depara com um problema na sua terra.)





foto 1: Panorâmica do rio de Frades por Gustavo Santos


"Eco-Idiotas" ou nem por isso?




A possibilidade da construção de mini-hidricas nos rios Paiva e Paivô, na zona de Arouca, tem levantado uma acesa discussão sobre o assunto.

A primeira conclusão a que todos os envolvidos chegam... é de que não existe informação divulgada, principalmente para as comunidades directamente envolvidas, e quando esta é providenciada, nem sempre é feita com a totalidade dos factos ou mesmo com a veracidade total que é pedida em casos tão delicados.

É porque tento ir ao encontro dessa falta de informação que escrevo este comentário. o meu objectivo principal (em total consciência) a não e a paragem deste projecto, uma vez que em relação a isso pouco se pode fazer. Não quero é que este assunto avance sem pelo menos a voz da minha "eco-idiotice" seja ouvida, e em bom som!

Em primeiro lugar gostaria de mencionar o projecto "Directivo do quadro da agua", projecto que promove a melhoria da qualidade das águas portuguesas até 2016. De sublinhar que quando se fala em qualidade das águas, não é só do liquido em si. Todos os sistemas envolventes a este, nomeadamente, habitas e vegetação são importantes para se obter um elevado indicador da qualidade da agua.

Em segundo lugar, gostaria de avançar com uma pequena explicação do que é uma mini-hídrica. é uma central hidro-eléctrica de pequenas dimensões que converte a energia potencial e cinética da agua em energia eléctrica, mas sempre inferior a 10 MVA (megavolte ampere). estes complexos devem sempre respeitar o "caudal ecológico" essencial para a manutenção da vida no rio em questão e logo, todos os sistemas a ele ligados.

As consequências da construção de mini-hidricas vão desde a passagem de um caudal regular, tanto diariamente, como anualmente , o que pressupõe mudanças de temperatura da agua, percentagem de áreas submersas, aumento de sedimentação provocado pela rápida erosão provocada pela abertura das comportas.

tudo isto contribui para uma mudança das espécies aquáticas, sistemas de Macro-invertebrados dos locais em questão, bem como uma diminuição da qualidade das águas.

Agora chega a hora de levantar questões:

1) se o quadro directivo exige, por lei, uma melhoria da qualidade das águas até 2016, e se a construção de mini-hidricas põe em causa a qualidade desta, em que ficamos?

2) se é exigido, mais uma vez por lei, a existência de um caudal ecológico que seja responsável pela qualidade da agua e pela manutenção da vida nos rios, porque razão é que a inspecção se deixa enganar, quando toda a gente sabe que os directores destes centros só vem o lado económico da situação?

3) Se as mini-hidricas estão autorizadas a produzir apenas 10 MVA (fracção de energia insignificante), será realmente rentável construir uma instalação deste tipo num concelho premiado com o projecto Geoparque, mas acima de tudo em qualquer concelho deste país?


e já agora... se a produção de energia eléctrica não esta directamente relacionado com a qualidade das águas, porque não se controem mini-hidricas em rios já poluídos?

Ao não contribuir para a melhoria dos rios imundos e ao contribuir para a degradação dos rios Paiva e Paivô (que por acaso foram considerados dos mais limpos da Europa) não parece possível concretizar o projecto Quadro da Agua.

Mais grave ainda, caso não se saiba, muita da população portuguesa vive ainda daquilo que o campo tem para oferecer, e comprar agricultores com palavras e sonhos de melhores condições de acesso aos campos (principalmente por pontes que passaria por cima das instalações) não me parece ser a melhor ideia, uma vez que mais cedo ou mais tarde, estes vão se aperceber que basta abrir as comportas para que a ponto fique submersa e os campos destruídos.

Na minha opinião, cabe as autoridades locais, e mesmo governamentais descobrir as necessidades da população e não permitir que esta seja enganada em favor da degradação do nosso país, bem como impedir a destruição de um património que não pertence ao Homem, nem nunca pertencerá, embora seja "nossa" vontade de nos apoderar-mos de todos os espaços do planeta.

Não sou "eco-idiota", sou eco-futurista!


(Artigo por Marta Cruz e Gustavo Santos)

1 comentário:

Anónimo disse...

éco k??

lol

mas concordo plenamente com a martinha!!! grande mulher sim senhor!! ahah

ah tu tens a ki um blog todo jeitoso, mas ve la se te deixas disto do colonialismo pk esta a comer-te o cerebro ahahhahahhaha

bjinho