A coluna Sul - Magul, o tira teimas;
23 de Agosto de 1895, António Ennes informa que as negociações com Gungunhana serão cortadas!
Sao dadas autorizações para perseguir rebeldes nas terras do Cossine. A ponte sobre o Xinavane é completada. Freire de Andrade manda aos régulos reunirem junto ao rio, a 30 de Agosto as suas «guerras» (termo para os combatentes negros). As ordens são cumpridas e na data marcada la estão 5 régulos fiéis com cerca de 2000 a 3000 auxiliares distribuídos por várias mangas. Começam a desertar assim que tomam conhecimento da intenção de entrar em terras de gungunhana. no dia 3 de Setembro já só restavam perto de 1000 auxiliares mais um numero reduzido de tropas europeias. a coluna começa a dirigir-se para o incoluane, e durante a marcha a cavalaria, com o seu passo mais firme acaba por marcar passo e toma a dianteira com a infantaria a retaguarda. são percorridos 18km em 2h numa rota para Magul. a certa altura a coluna depara-se com algumas mangas por entre as árvores, Paiva Couceiro tenta um ataque repentino mas os auxiliares estacam a alguma distancia, Paiva Couceiro é então obrigado a lançar uma mensagem em vez de um ataque: exige que lhe seja entregue, em três dias o rebelde Matibejana ou dar-se ia um ataque português. é seguro dizer que após este episódio não se voltou a fiar muito nos auxiliares indígenas.
Quando chegam os reforços, a coluna que se dirigia para Magude era constituída de 275 europeus e 32 angolanos, os materiais de apoio eram claramente insuficientes, mas não acatar o prometido no ultimato era mostrar sinais de fraqueza, por isso decide-se avançar de qualquer maneira. As mangas estavam agora concentradas em Magul, por isso os auxiliares deveriam atacar as terras a sul que tinham ficado desguarnecidas.
1 - Paiva Couceiro;
Depois de uma marcha que foi de Xanavane até Magul, no dia 8 de Setembro cavaleiros da guarda avançada detectam num arvoredo, na base de umas suaves colinas, várias mangas armadas e as 10h e 30m da manha é soado o alerta para formar o quadro defensivo. as mangas encontram-se a cerca de 2km, e estão separadas do terreno do quadro por um regato, fora de alcance de tiro.
O quadro foi encurtado para 17 atiradores de comprimento, com as metralhadoras Nordenfeldt nos ângulos do quadro.
Da-se uma longa espera por parte dos dois lados, e as mangas dos Ímpis não mostravam sinais de querer avançar. deveriam estar a espera que os europeus entrassem arvoredo dentro para perderem linha mira e entrarem num combate corpo a corpo. a espera continua debaixo de um sol escaldante.
Freire de Andrade ordena que uma linha de atiradores angolanos avance para as mangas até ter alcance de tiro e despejar algumas salvas no inimigo de modo a o provocar a sair do mato. E resulta!. da-se movimento por parte do inimigo mas continua sem atacar. flanqueiam o quadrado de modo a bloquear a retirada. entretanto são contadas as mangas, são 13, ou seja, cerca de 6000 a 9000 guerreiros. não nos podemos esquecer que as mangas Zulus que atacaram e massacraram os ingleses na África do sul (Isandlwana) eram de 10.000 para uma coluna britânica de 8.000 homens.
em Magul estão cerca de 20 a 30 rebeldes para 1 português.
As mangas aguardam.
No tempo de espera, alguns homens cortam ramos de arvores proximas e coloca-los em volta das faces do quadro. a situaçao extenua os elementos do quadro que sofrem debaixo do sol forte, sem possibilidade de uma retirada minimamente segura, e começam a dar-se alguns desfalecimentos. os oficiais começam a preocupar-se pois estão isolados, não podem receber abastecimento de comida nem agua e havia sempre a hipótese de um ataque nocturno, ao qual, de certo o quadro sucumbiria.
Finalmente, depois de duas horas, por volta da uma e vinte da tarde, as mangas atacam. começam por pequenos grupos de atiradores que vão avançando de gatas, escondidos pelo capim e pelas ondulações do terreno.
As Nordenfeldt são as primeiras a disparar e passado um tempo curto, ouvem-se o som forte das Kropatschek feitas ás ordens dos oficiais. Ordena-se duas vezes o cessar fogo, pois o fumo das descargas era Tao que não se via o inimigo a avançar. reservas vão preenchendo as baixas nas faces, enquanto praças angolanos disparam deitados no chão fora do quadro. na segunda vez que se cessa fogo o inimigo esta a cerca de 100m, e no mesmo momento uma das metralhadoras encrava e alguns guerreiros mais ousados aproximam-se perigosamente perto. Freire de Andrade chama-lhe "O momento critico da situação". Por sorte a cadencia de disparos das espingardas aumenta e a onda atacante hesita e acaba por recuar. a retirada é encoberta pelo fumo. São, na altura da retirada das e vinte da tarde, o quadro mantém-se imóvel, mas os praças angolanos que estavam deitados iniciam uma perseguição, da qual resulta a morte do filho do régulo Magioli.
Paiva Couceiro é atingido no inicio do combate, mas mantém-se no activo durante o confronto.
Depois de acalmar, a preocupação era fazer a força portuguesa chegar a Xinavane, que seria alcançado á uma da manha do dia 9 de Setembro. No preciso momento em que se vence o combate, os vencedores retiram-se. A coluna estava desmoralizada e exausta. contudo, por volta de 20 de Setembro, régulos (incluindo o régulo de Cossine) foram "prestar vassalagem" ao posto de Magude. outros régulos seguem-se vindos de áreas que se estendem ate ao Limpopo. enquanto que ate aqui os régulos destas terras se mostravam indecisos, a vitoria em Magul levou-os a penderem para o lado português.
A coluna sul tinha então cumprido a sua missão. Derrotaram os vassalos de Gungunhana nas terras do sul. a dinâmica com se operaram estas campanhas a sul contrastam com o estaticismo da coluna norte, liderada por Eduardo Galhardo.
(Continua)
Sem comentários:
Enviar um comentário