domingo, 29 de março de 2009

Acordem!

Credibilidade Histórica

Não por poucas vezes eu disse, e me disseram "Foi assim" ou "isso nunca aconteceu". A tendência para falar em momentos históricos utilizando os imperativos é geral. Ainda mais se for história recente.Quando digo recente, falo desde o século XIX (sensivelmente) até à actualidade. Pois, não poucas vezes, os "foi assim" ou "isso nunca aconteceu" estavam errados. O melhor exemplo de grande escala foi a invasão precipitada do Iraque em 2001, que, afinal, revelou pouca coisa sobre armas de destruição maciça. Mas como o petróleo por ali abundava, até deu jeito. Hoje não é contestado o interesse Americano pelo petróleo. Porém o registo oficial da invasão diz que as atitudes tomadas foram no intuito da boa ordem mundial, e é provavelmente assim que irá constar nos livros de história. Este exemplo, comparado com a escala temporal humana é mínimo. Existem outros episódios históricos "não contestados" pela população geral que, após uma análise pormenorizada, parecem ridículos e sem sentido, como as velhas histórias de "ali há dragões". Não vou referir o momento mais flagrante (ou eu pensava) da história pois as novas legislações europeias não mo permitem, porem, quando se emprega a lógica a certos momentos históricos, estes são de tal maneira "descontruidos" que toda a restante percepção histórica é afectada. No meu caso vi-me perante uma tal descrença de alguns episódios que se me destabilizou toda a noção histórica que eu tomava por certa. Tal foi o abalo que eu senti que comecei a ver a história como um monte de contos à espera de serem verificados, pois não digo que todos sejam falsos, mas quando até os pormenores quotidianos nos são contados, é de "torcer o nariz". De facto, as variáveis são tantas que não se pode tomar todos os pormenores como certos. "Só sei que nada sei" não é verdade? pois na minha experiência isto aplica-se tanto à pré-historia como ao dia de ontem. Desde que algo entra na história que não se pode ter certeza do que aconteceu, e nesse caso, não se pode fazer o que eu chamo os "julgamentos históricos", os tais "foi assim" e "isso não aconteceu" e mesmo aqueles "havia de ser comigo", pois estamos a falar num tempo deslocado, numa cultura diferente, da qual a nossa sofreu várias mutações. Os povos "mães" podem ter sido os mesmos, mas as culturas, daqui à Ásia são todas diferentes, quando muito podem dizer-se semelhantes. Logo se as realidades variam no espaço, ainda mais variam no tempo.
Por isso eu peço, por muito realistas que pareçam os relatos históricos, não façam "julgamentos históricos", pois histórias geram históricas, um ponto vai sendo acrescentado, no final temos rumores misturados com factos. É isso que a nossa História é...
Já chega...

"...o que é a História senão uma fábula com a qual se concordou?" - Napoléon Bonaparte;

A Confusão das "Coisas"


Sensação de desespero por não perceber.


É o que sinto depois de ver o telejornal. Vai desde o conteúdo noticioso á estrutura "hierárquica" por assim dizer, dada ás reportagens. Parece, ao fim da noite algo surreal. Há umas semanas foi anunciado que, por um preço exorbitante, (cerca de mil milhões?) seria possível construir um troço de 20km de linha do TGV. Pois... Para quê? Não sou economista, mas num país em crise, uma quantia como mil milhões por 20km soa-me a exagero... acho que pouca gente se apercebeu que em vez de estar a tratar de estabilizar o país, estamos é a "polir" a nossa imagem perante a união europeia. A desculpa é sempre mesma. É necessário fomentar o turismo. Naturalmente um meio rápido de comunicação como o TGV iria permitir que mais e mais cidadãos europeus entrassem em Portugal. Tudo muito bem. Mas parecem faltar as bases. Parece não haver cuidado com a imagem dos locais a visitar. Em Lamego, os muros da igreja de sta. Maria caem e por todo o norte português os velhos Castros são vandalizados. Poucos países tem o potencial turístico que Portugal tem, mas em vez de se erguer um bandeira Portuguesa nos nossos monumentos deixa-mo-los ao abandono. Mas tudo parece passas por despercebido, tendo em conta que os escândalos que mais se vêem na televisão são sobre árbitros que "roubam" ou jogadores que trocam de namorada. Já não consigo ver um único telejornal sem sentir vontade de praguejar. Há sempre um segmento a falar sobre futebol... e a partir desse momento mudo de canal pois sei que até ao final do jornal o tem será futebol. Honestamente, começo desistir das coisas. A sensação é de inutilidade. Fala-se mas nada acontece. Há um desconhecimento geral da população em como actuar. Queremos "ajudar", prevenir, alertar, mas não sabemos como. Por exemplo, ocorreu-me uns meses ir a caminhar pela avenida Brasil e deparar-me com uma placa de sinalização de ciclovia, situado num passeio largo, o mesmo passeio possui pinos restritivos a veículos. Ora, se os carros não podem circular no passeio, o poste terá tombado de outro modo, que não acidente por viatura. Ou fora mal colocado, e um vento extra o derrubara, ou algum grupo de "engraçadinhos" se lembrou, à saída da discoteca, de "mexer" com o poste. Pois enquanto eu passava perto do poste, ao mesmo tempo um carro patrulha passa na estrada. A mim pareceu-me que nada viram. A verdade é que me ocorreu avisar alguém. Mas quem? e para que numero. certamente há de haver algum orgão de gestão dos elementos públicos destacado para tais situações. este é apenas um exemplo simples. pelo menos em Portugal é simples, pois não se vê nada assim em outros países Europeus avançados. Bem sei que não é possível andar sempre "em cima de tudo", mas a mim, e certamente a muita gente que conheço, parece haver um sentimento geral de "não me interessa!"...
Passamos de um país com orgulho em mostrar a bandeira, para um em que o bom é "imitar os outros", mesmo que as "coisas" sejam descontextualizadas culturalmente. Enquanto escrevia isto não me envergonha dizer que um rol de palavrões injuriosos me passaram pela mente. O problema é...dirigi-los a quem? Será que a culpa é mesmo dos políticos? são assim tão tapados? será dos bolsistas? dos estrangeiros? o que raio afinal é que esta a acontecer? se as pessoas estão confusas (eu sei que estou) é porque há uma falha qualquer de comunicação. Uma falha geral. Sabe-se que os problemas são graves e complicados...mesmo delicados, mas o que se faz para os resolver? certamente haverá um relatório visitável pelo cidadão em que se possa saber as medidas que o governo toma e o que se espera dessas medidas... mas como aceder a esse relatório? Ou eu sou muito burro também, ou muita gente anda mal informada.

É a confusão das "coisas"